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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Parte IV

Parte 4 – O xadrez é a vida?

WY - Então, o senhor acredita em qual das duas hipóteses: a do Fischer ou a do Spassky?

“O xadrez é a vida” ou o “o xadrez é como a vida”?

HC - “O xadrez é como a vida”. Porque o xadrez vai muito além de jogar xadrez. O humorista Millôr Fernandes, na época da ditadura, ironizou o Mequinho, que foi muito instrumentalizado pelo governo militar da época. O general Médici (Emílio Garrastazu Médici, tido como o mais “linha dura” dos presidentes militares) dizia: “nós vamos ser campeões dos pés à cabeça”. Por causa do futebol (tricampeonato de 70, no México) e por causa do Mequinho, no xadrez. Então a esquerda não gostava do Mequinho e o Millôr Fernandes criou uma frase: “Jogar xadrez desenvolve a capacidade de jogar xadrez” (proferida novamente por ocasião da derrota de Garry Kimovich Kasparov contra o Deep Blue, o supercomputador da IBM).
                Herbert em torneio recebendo prêmio das mãos de Adriano Caldeira

      Então essa estória de que “o xadrez é a vida”, do Fischer, ilustra a postura de alguns jogadores diante do xadrez e a alienação para jogar xadrez, mas o Spassky era o contrário: “o xadrez é como a vida”. Não é a vida. Se você usar o xadrez para vida, como um espelho do que é a vida, do que a própria realidade te coloca, então, o fato de você jogar xadrez é um fator cultural bastante importante. Quando se ensina a 30 mil crianças, é provável que 30 dessas crianças possam chegar a ser campeões. Mas isto é um fato menor se a gente considerar as outras milhares que na engenharia, nas artes, naquilo que elas escolherem na vida puderem aproveitar o fato de saber jogar xadrez para planejar a sua vida.

Continua ...

Um comentário:

  1. Passamos de 1000 acessos! hehehe!
    Nesse momento, estamos com 1006 acessos!
    Vida longa e produtiva ao nosso blog, guarulhenses!

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