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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Entrevista especial

Entrevista com Anderson Félix Loureiro


Forte jogador que jogava no Estado do Amazonas, possui 2185 de rating FIDE e reside em Guarulhos.
- Como você  começou a jogar xadrez?
Meu pai era o mais forte jogador da cidade de Pirassununga, interior de São Paulo. Então era de se esperar que ele tomasse a iniciativa de ensinar-me a jogar. A princípio eu não dei muita importância, até que,   depois de um tempo, um colega me convidou para uma partida. Fui massacrado. Senti meu ego abalado, afinal era filho do "campeão". Então pedi ao meu pai que me ensinasse, e os "matchs" entre eu e ele passaram a ser uma prática diária. Jogava duzentas partidas e perdia todas (meu pai nunca me deu chance). Lembro-me que comecei a ter minhas horas de treino sozinho quando encontrei uma caixa na garagem, cheia dos livros de xadrez do meu pai (que então já não disputava mais com frequência). Assim comecei a jogar e evoluir na "arte/ciência".


- Qual o significado da arte caissana para você?
Vejo o xadrez como um jogo fascinante por estar aberto a inúmeras possibilidades, exigir o nosso cálculo, criatividade e controle psicológico. Entretanto para "ir além" no âmbito do xadrez competitivo é necessária uma dedicação de tempo quase integral e muito incentivo (psicológico e financeiro), coisas que eu e a maioria dos admiradores do jogo não temos. Desta forma, jogo por divertimento, como um hobby, mas sempre procurando movimentos corretos e criativos, para tentar fazer jus "ao jogo".


               Torneio de Aniversário ADEC 2009                                                                 Anderson Félix  x Cláudio Teixeira
   
 - Conte-nos um pouco sobre sua trajetória neste jogo milenar. (Incluindo listagem de seus títulos principais).

Comecei a disputar torneios quando fui para Manaus com minha família. Meu pai, militar das Forças Armadas, foi transferido para lá, então, assim fomos parar na capital do Amazonas. Naquele tempo a contagem do match entre eu e meu pai devia estar marcando uns 300 e 1/2 a 1 e1/2  para o meu pai, mas essa vitória e esse empate contra ele, faziam-me sentir um grande campeão. Engano meu. No torneio amazonense sub 16 havia 6 participantes e eu fiquei em 4º lugar. Isso foi em 97. Quatro anos depois eu venceria o Amazonense Sub-20 e em seguida disputaria o Campeonato brasileiro Sub-20. Fiquei feliz com o resultado, pois havia 120 participantes e eu fiquei com a 17º posição. Lembro-me, nesse torneio, de ter vencido o campeão brasileiro sub-18 Kaiser Mafra e empatado com, o que hoje e MI, Krikor Mekhitarian. Havia muitos abertos em Manaus e jogadores fortes como Pedro Moraes e Andrey Neves, os quais tive oportunidade de vencer em partidas emocionantes. Meu rating FIDE foi adquirido em dois torneios Regional Norte e um Magistral Amazonense que contou com a participação da MI Tatiana Duarte, Campeã Brasileira e Pan-Americana.

- Quais suas impressões sobre o xadrez guarulhense? O que difere do xadrez no Amazonas?

Creio que conheço uma parte do xadrez guarulhense, meus companheiros da ADEC, Associação dos enxadristas de Cumbica, onde há torneio aos domingos. E conheci alguns integrantes do xadrez do centro de Guarulhos como Cláudio Teixeira e Renan Oliveira, que também são "Adequianos". Ainda não posso fazer uma comparação muito precisa entre o xadrez amazonense e o xadrez guarulhense porque ainda não conheço como funciona a Federação Guarulhense de Xadrez. Mas em Manaus havia torneios abertos com maior tempo de reflexão, o que considero importante para desenvolver um xadrez "calculado" e menos intuitivo ou "decorado".


- Quais são os seus maiores ídolos, os enxadristas em que você se inspira?
Admiro Gary Kasparov, Bobby Fischer e Nigel Short, os dois primeiros pela mescla dos estilos posicional e tático, e o último por ser um "monstro combinativo".

- Para finalizar, o que você acha que deve ser feito para que o xadrez se desenvolva em nossa cidade?

Acredito que um apoio da prefeitura da cidade no que tange a um local específico de jogos, como uma sede (um clube oficial, não sei se há) para a Federação Guarulhense de Xadrez, visando o treinamento das equipes representantes da cidade e aulas para iniciantes, bem como a implantação de xadrez nas escolas.

3 comentários:

  1. Excelente matéria e achado, por que o pessoal do AM estavam procurando o Anderson, um dos maiores jogador do estado. Diz pra ele que to na caça dele pra desafiar, pois dei uma treinada tbm aki em sp. hahahaa

    Abs

    Reinier Freitas

    Moglichess.com

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  2. Parabéns pela bela entrevista! O Anderson é uma excelente pessoa e um jogador muito competitivo. Espero que o mesmo tenha um grande sucesso em Guarulhos! Forte abraço a todos!

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